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sexta-feira, 25 de março de 2011

Para um dia chuvoso...

Um dia quase perfeito

Dia de feriado, chuvoso, um friozinho gostoso e um vento forte soprando lá fora. Um dia desses em que o melhor a fazer, é ficar dentro de casa, assistindo a um filme e comendo uma pipoquinha deliciosa, de preferência, com um ¨cobertor de orelha¨ para fazer companhia. Tudo perfeito, só faltava a pipoca, mas nada que não possa ser resolvido. Afinal, o carro foi feito para nos servir e eu faria o que tinha que ser feito para comer as desejadas pipocas.
Tomo coragem e saio apressado em direção à garagem, entro no carro e sigo até o supermercado mais próximo. Infelizmente esse supermercado estava fechado, mas nada iria estragar aquele dia maravilhoso. Continuo o percurso e vou até o supermercado que fica do outro lado da cidade, aquele era certo que não fechava em feriado. Levei uns 30 minutos para chegar lá, mas consegui encontrá-lo aberto.
Perdi um tempinho para estacionar, o fluxo de veículos era intenso, mas deu tudo certo. Procurei meu guarda-chuva e não o encontrei, havia retirado no dia anterior e não coloquei no lugar. 
Resolvi dar uma corridinha e cheguei, não muito molhado, ao supermercado. Entrei e fui logo procurando o que me trouxe até ali. Ao encontrar me deparei com uma prateleira contendo diversos tipos de pipoca. Nossa! Era pipoca para panela, para microondas. Pipoca com sabor, pipoca light, pipoca natural. Comecei a ficar em dúvida de qual pipoca eu deveria escolher. Para não perder mais tempo peguei o primeiro pacote que minha mão tocou. Enfrentei uma baita fila. Paguei direitinho, e por falar nisso, que pipoca cara aquela.
De volta ao carro, entrei e estava pronto para ir embora, porém, o carro não ligou. Tentei ligar várias vezes e nada. Acabei tendo que chamar um mecânico. Esperei mais meia hora até ele chegar. Ele deu uma rápida olhada e em questão de segundos o carro estava funcionando. Isso é uma coisa mágica mesmo, esses mecânicos devem ter um imã que faz o carro funcionar, porque chega a ser inexplicável uma coisa dessas, em segundos conseguem o que não conseguimos em horas, dias.... Paguei o mecânico com cheque, porque dinheiro eu não tinha ali comigo, isso porque a intenção era só comprar as minhas pipocas. Mas tudo resolvido, ainda estava disposto a fazer tudo àquilo que eu havia planejado.
Ao retornar, estacionei o carro no pátio e fui correndo para dentro de casa. A pressa e o descuido fizeram com que eu escorregasse na calçada. O tombo foi leve, mas me sujei por completo. Minha companheira já estava preocupada, nunca imaginou que eu levaria duas horas para voltar com a pipoca, normalmente faço isso em 15 minutos. Expliquei tudo durante o banho. Coloquei uma roupa limpa e confortável. Logo depois  fomos juntos para a cozinha preparar a pipoca. Tudo realmente perfeito, mesmo depois dos obstáculos que passei. "No final dá tudo certo", assim minha mãe sempre dizia, e tenho que concordar que estava tudo andando às mil maravilhas a partir daquele instante. 
Peguei a pipoqueira, derramei um pouco de óleo, deixei esquentar e coloquei as pipocas. Fechamos a panela e ficamos ali abraçadinhos esperando para começar o estalar das amarelinhas poderosas . Já tinha passado tempo suficiente para que elas fizessem a festa na panela, mas nada aconteceu. Retiramos a tampa e elas estavam lá como antes, nada de formas branquinhas e fofinhas como ocorre com a maioria das pipocas. Reparei que estavam menores como as que eu conhecia, mas com tanto tipo de pipoca essa deveria ser mais uma variedade. Deixamos mais um tempo e já estava cheirando a milho queimado. 
Mas o que estava havendo? Essas pipocas estavam estragadas? O que tinha de errado com aquelas pipocas? Será que estavam vencidas, nem me dei ao trabalho de ver a validade, aliás nem li o tipo de pipoca que levei. Procurei pelo pacote para ver se o produto estava vencido. Tudo certo estava longe da data de vencimento. O que havia então? Procurei pelo pacote e foi nessa hora que descobri o que ocorria. Aquela substância em formato de milho que eu havia comprado não eram pipocas, e sim CANJICAS. Não podia acreditar no que eu estava lendo. Como pude ser tão tolo em comprar canjica pensando que fossem deliciosas pipocas? 
É, elas jamais iriam estourar em panela nenhuma. O que fazer agora? Não me dei por vencido, e nesse dia,  assisti a um bom filme comendo uma deliciosa canjica. E mais uma vez lembrei-me da minha mãe, com aquelas frases fantásticas que ela dizia: " quem não tem cão, caça com gato". Foi o que eu fiz literalmente: quem não tem pipoca, se vira com a canjica.

Márcia Funke Dieter
2009

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